Por Kleber Karpov
Governo do Distrito Federal (GDF) iniciou uma nova série de audiências públicas para debater com a população o futuro da mobilidade na capital, em encontros que percorrerão as 35 regiões administrativas até 4 de setembro. As oficinas visam coletar sugestões e validar propostas para o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) e o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS), consolidando a participação social como um pilar na construção de políticas públicas de longo prazo.
Os encontros representam a segunda fase de um processo que começou em março, com a elaboração de um diagnóstico sobre a realidade do transporte no DF. Agora, a gestão apresenta as soluções e abre o diálogo com a comunidade para refinar as propostas que irão nortear os investimentos e as ações do governo pelos próximos dez anos.
A voz do governo
Presente como ouvinte na edição do Jardim Botânico, o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, destacou a importância da presença dos cidadãos no processo. “É um momento muito importante e a gente precisa que, de fato, as pessoas participem, deem a sua opinião”, disse.
Gonçalves detalhou a metodologia dos encontros: “Nessas oficinas, apresentamos, por cada região, os problemas detectados e as propostas de soluções, discutimos com as pessoas, ouvimos as participações, as colaborações e as sugestões, e compilamos isso tudo para compor o novo Plano Diretor de Transporte Urbano e também a novidade no Distrito Federal, que é o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável.”
A voz da comunidade
Moradores veem nas audiências uma oportunidade de registrar demandas e entender as ações do governo. A aposentada Fátima Silva, 64 anos, participou da reunião no Jardim Botânico e vê os encontros como um canal direto.

“Esses encontros facilitam muito porque a gente consegue entender como as propostas funcionam e como podemos ter uma resposta mais rápida do GDF”, conta. “A questão do transporte lá no condomínio é muito precária. As pessoas têm muita dificuldade para chegar lá, e queremos ver se as propostas vão melhorar isso na região”.
A gerente Laiany Reis, 27, também marcou presença e reforçou o valor da participação. “Estar aqui nos dá a chance de conhecer mais sobre o assunto, de ter uma experiência diferente e de conhecer as propostas referentes ao transporte público. Quando estamos presentes, o governo vê que a população tem interesse no assunto”, afirma. Ela, que acompanha a rotina de quem depende de ônibus, apontou problemas como atrasos, mas também reconheceu avanços, como o viaduto do Jardim Botânico: “Facilitou muito. Antes, meu pai sempre pegava engarrafamento. Levava uma hora, uma hora e meia… E agora são uns 30 minutos, no máximo, para chegar ao Plano Piloto.”
Participação em outras áreas
A estratégia de escuta ativa tem sido aplicada em diversas frentes pelo GDF. Em junho, mais de mil pessoas participaram da audiência final de revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). No mesmo mês, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) também foi debatido com a sociedade. O Instituto Brasília Ambiental e a Adasa também promoveram encontros para discutir temas como impacto ambiental e reajustes tarifários, consolidando as audiências como ferramenta essencial para a transparência e a construção coletiva de políticas públicas no DF.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

