Corte de despesas, o “coração do problema”, deve ficar para depois da eleição

Corte de despesas, o “coração do problema”, deve ficar para depois da eleição

Caio Megale, economista-chefe da XP, participou nesta segunda (9) do programa Morning Call da XP, e comentou sobre as medidas anunciadas pelo governo para substituir o aumento do imposto sobre operação financeira (IOF), proposta inicialmente apresentada para cobrir o rombo fiscal.

“Não tem jeito: mexeu com imposto, vai mexer com setores, vai causar distorção. Não vai causar distorção no IOF, mas vai causar com outro imposto. Política tributária é isso”, avaliou.

“O pano de fundo é que o modelo de aumento de gastos com aumento de impostos e arrecadação parece ter chegado perto de um limite”, pontuou.

Megale comentou que não vieram medidas do lado da despesa, embora haja intenção de reduzir benefícios tributários de empresas.

Despesas

“Isso também está do lado da receita. Quando se diminui o benefício tributário, as empresas pagam mais impostos. De fato, há alguns desses benefícios que não fazem sentido, que precisam ser repensados, mas são todas as medidas do lado da receita”, disse.

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“A discussão das despesas, que no fundo é o coração do problema, com sistema de despesa que cresce de forma sistemática, essa reforma mais profunda vai ficar para depois das eleições”, complementou.

O economista lembrou que algumas discussões foram feitas, levantado a possibilidade de ações profundas relacionadas ao gasto. “Mas acho que ninguém imaginava mesmo de se ter reformas estruturais no penúltimo ano de governo. Esse tipo de reforma que demanda mais capital político acontece em início de governo”, afirmou.

De acordo com as estimativas do governo, as medidas de aumento do IOF trariam R$ 20 bilhões esse ano e R$ 40 bilhões no ano que vem aos cofres públicos. “As medidas anunciadas agora no papel compensam essa mudança de IOF”, disse.

No entanto, o economista comentou que não está muito claro se o governo vai reduzir o aumento do IOF que foi feito ou se vai voltar à alíquota original. “Mas a meta (fiscal) desse ano deve ser alcançada”, crê.

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