Lula é alvo bom e barato para Trump, diz Brian Winter

Foto -Ricardo Stuckert

Análise de Brian Winter aponta para possíveis conflitos entre Brasil e EUA, enquanto o Itamaraty busca manter canais de diálogo

Em postagens em sua conta na rede social X (anteriormente Twitter), o editor-chefe da *Americas Quarterly*, Brian Winter, comentou que “Lula é um alvo perfeito de baixo custo para Trump” e que o ex-presidente republicano estaria apenas esperando a oportunidade para atacar o governo brasileiro. Winter prevê que “uma contagem regressiva para o primeiro tweet de Trump criticando Lula e ameaçando sanções ou tarifas está em andamento, a menos que Jair Bolsonaro tenha permissão para concorrer em 2026”[3][5].

Fontes diplomáticas expressam preocupação pela ausência de comunicação entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca desde a vitória de Donald Trump. A jornalista Priscila Yazbek, correspondente da CNN em Nova York, observou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviou apenas uma carta formal ao novo Secretário de Estado, Marco Rubio, sem que houvesse tentativas de conversas telefônicas ou encontros bilaterais.

Alguns analistas acreditam que essa postura de distanciamento se intensificou desde a campanha presidencial americana, quando Lula manifestou apoio à candidata democrata Kamala Harris. O presidente brasileiro declarou: “Deus queira que a Kamala ganhe a eleição nos EUA”, dois meses antes do pleito de 2024. Na semana da votação nos Estados Unidos, Lula reafirmou seu apoio à vitória democrata.

Para Brian Winter, um confronto com Lula poderia servir como uma bandeira política interna para Trump. Diplomatas brasileiros temem que retaliações ou ameaças de sanções dos EUA possam levar as relações entre os dois países a um nível de tensão sem precedentes desde a redemocratização do Brasil.

A expectativa é que, caso Trump cumpra suas ameaças, a política externa brasileira terá que buscar soluções negociadas para evitar retaliações comerciais. Enquanto isso, o Itamaraty continua tentando manter canais mínimos de diálogo, mas até agora qualquer iniciativa para um encontro formal não avançou além de notas protocolares.

A expectativa geral é que, caso o republicano cumpra as ameaças antecipadas pelo editor da Americas Quarterly, a política externa brasileira terá de buscar saídas negociadas, sobretudo para evitar retaliações comerciais. Enquanto isso, o Itamaraty segue tentando manter canais mínimos de diálogo, mas, até o momento, qualquer iniciativa em prol de um encontro formal não avançou além das notas de cortesia ou comunicados protocolares.

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