Qualificação fortalece atuação de 50 migrantes empreendedores no setor de alimentos

jul 1, 2025
Pelagem Angey Wanitho, da República do Congo



Parceria da Secretaria de Justiça e Cidadania com empresa do setor de alimentos e organização da sociedade civil promove inclusão e qualificação profissional de migrantes no Distrito Federal



Em uma jornada marcada por recomeços, sonhos e muita resiliência, cerca de 50 migrantes deram um passo importante rumo à autonomia e à qualificação profissional no Distrito Federal. Nos dias 28 e 29 de junho, eles participaram de uma capacitação sobre boas práticas na manipulação de alimentos, promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF), em parceria com a Brasal Refrigerantes e o Instituto Navegantes.

Realizado na unidade da Brasal em Taguatinga, o curso orientou empreendedores que atuam em feiras livres do DF sobre as exigências da Portaria nº 88/2024, que estabelece normas sanitárias para a venda de alimentos em espaços públicos. Para muitos participantes, a formação foi uma oportunidade de aprimorar conhecimentos e obter um certificado que valoriza seu trabalho.

Pelagem Angey Wanitho, da República do Congo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pelagem Angey Wanitho, da República do Congo, vive no Brasil há dois anos e comercializa comida típica africana nas feiras. “O curso me ofereceu novas perspectivas. Não sabia que algumas práticas estavam erradas. Agora sei como manipular corretamente os alimentos e garantir a saúde de quem consome meus pratos”, relatou.            

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Hanuman Martínez León, da Venezuela

Já Hanuman Martínez León, da Venezuela, destacou o impacto da capacitação em seu negócio de lanches. “Aprendi muito sobre o manuseio das proteínas e o descongelamento adequado. Isso é essencial para oferecer alimentos com segurança e qualidade. A capacitação fortaleceu a confiança no meu trabalho”, afirmou.

 

Parceria que transforma

A secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, ressaltou a importância da ação como exemplo de política pública construída com apoio da sociedade civil e da iniciativa privada. “Para muitos dos migrantes, a feira não é apenas um local de trabalho, mas a principal fonte de renda e uma chance real de     reconstruir a vida com dignidade. Com essa formação, eles passam a atuar com mais segurança e em conformidade com as normas sanitárias brasileiras”, destacou.

Rochelle Nobre, representante da Brasal Refrigerantes, também reforçou o impacto positivo da iniciativa. “Acreditamos que parcerias como essa são fundamentais para transformar realidades. Ao contribuir com a qualificação desses empreendedores migrantes, reafirmamos nosso compromisso com a inclusão, o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da cidadania por meio do trabalho digno”, afirmou.

Bárbara Andrade, psicóloga e fundadora do Instituto Navegantes, complementou destacando a relevância da capacitação no processo de acolhimento. “A saúde mental envolve garantir direitos e promover acesso. Esta capacitação empoderou os participantes, mostrando que eles podem atuar com mais segurança e qualidade no mercado”, concluiu.

Acolhimento e iniciativas de inclusão

Por meio da Subsecretaria de Apoio a Vítimas de Violência (SUBAV) e da Gerência de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Apoio ao Imigrante (Getpam), a Sejus tem atuado de forma contínua no acolhimento de migrantes e refugiados. No primeiro semestre de 2025, por exemplo, o projeto Vivências Delas atendeu 88 mulheres migrantes, com foco no fortalecimento de suas trajetórias de vida.

Além disso, a Getpam acompanha denúncias, presta acolhimento e encaminha migrantes para serviços públicos especializados. Outro destaque é o projeto Cidadania nas Escolas, que leva palestras sobre xenofobia a escolas públicas do DF, incentivando o respeito à diversidade e a convivência harmônica entre culturas.

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