Ação militar visa elite iraniana e intensifica tensões regionais
Em um desenvolvimento que marca uma escalada significativa nas tensões do Oriente Médio, Israel lançou um ataque militar de grande envergadura contra o Irã. A ação, descrita como sem precedentes, teve como alvos instalações nucleares e militares, além de figuras-chave da liderança iraniana. Este movimento audacioso de Israel não apenas superou em abrangência e intensidade as operações anteriores de 2024, mas também parece ter incorporado táticas observadas na ofensiva israelense contra o Hezbollah no Líbano, em novembro passado.
A estratégia israelense, ao mirar em membros da elite iraniana, incluindo o chefe do Estado-Maior Militar e o comandante da Guarda Revolucionária, busca infligir um dano substancial à capacidade de resposta de Teerã. Embora nenhuma figura da magnitude do líder supremo Ali Khamenei tenha sido atingida, a eliminação de importantes cientistas nucleares e líderes militares representa um golpe severo à estrutura de poder iraniana. Este tipo de ataque, que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu sugeriu que poderia durar dias, visa dificultar a formulação de uma contraofensiva por parte do Irã.
As imagens de Teerã revelaram edifícios específicos atingidos, um cenário que remete aos ataques israelenses nos subúrbios de Beirute que culminaram na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. A magnitude da operação israelense é tal que o Irã fechou seu espaço aéreo, e companhias aéreas de todo o mundo estão evitando não apenas o Irã, mas também o Iraque, devido a preocupações com a segurança. Grupos paramilitares iranianos e iraquianos aliados a Teerã já alertaram que qualquer ataque ao Irã tornaria os interesses americanos na região alvos legítimos.
O ataque ocorre dias antes de uma rodada de negociações entre Irã e EUA, agora incerta. A região, que não via operações militares dessa escala em território iraniano desde a guerra com o Iraque nos anos 1980, enfrenta um futuro imprevisível. A resposta do Irã a este ataque, que já foi classificado como uma “declaração de guerra” pelo governo iraniano, determinará os próximos capítulos deste conflito que ameaça desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.