Brasil segue como o país com mais assassinatos de transgêneros pelo 16º ano consecutivo, alerta ativista sobre urgência de políticas públicas
247 – Às vésperas do Dia Nacional da Visibilidade Trans, dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, coletados pelo Disque 100, revelam que as denúncias de violência contra a população trans no Brasil aumentaram 45% em 2024, em comparação ao ano anterior. A informação foi divulgada em meio a uma escalada de casos de violência que reforçam a vulnerabilidade enfrentada por essa comunidade. Segundo a ONG Trans Murder Monitoring, o Brasil lidera, pelo 16º ano consecutivo, o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans, concentrando 30% das 350 mortes registradas globalmente entre setembro de 2023 e outubro de 2024, destaca O Globo.
Casos recentes ilustram a gravidade do cenário. Em João Pessoa, uma jovem trans de 18 anos foi baleada no rosto. Em Serra, no Espírito Santo, outra mulher trans sofreu ataques brutais após um desentendimento com um cliente. Além da violência física, há também episódios de discriminação, como o caso de Chloe Leão, que denunciou o uso insistente de pronomes masculinos por uma funcionária de uma lanchonete em Goiânia.
Cenário alarmante e subnotificação persistente
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e outras organizações apontam que as denúncias refletem tanto a intensificação da violência quanto a maior conscientização sobre a necessidade de denunciar. Bruna Benevides, presidente da Antra, alerta para uma agenda global de perseguição às pessoas trans: “O cenário é assustador e precisamos de respostas urgentes. Há uma articulação transnacional conservadora, com governos de extrema direita tornando pessoas trans alvos prioritários. É fundamental que o governo federal saia do armário em defesa dos direitos trans e assuma compromissos concretos para proteger nossa comunidade.”
São Paulo lidera em denúncias e atendimentos